quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Especialistas mostram como fazer da internet aliada

Especialistas mostram como fazer da internet aliada

O uso eficiente da internet é tão necessário para os advogados quanto o saneamento básico é para a população. A comparação foi feita pelo advogadoAlexandre Atheniense, especialista em informática jurídica. Ele participou nessa sexta-feira (28/8) do seminário Advocacia 2.0, promovido em São Paulo pelo Núcleo de Eventos da Consultor Jurídico. O evento reuniu mais de 50 advogados de 16 estados diferentes.

Atheniense fez um histórico dos impactos positivos que a Justiça brasileira vem sofrendo com o avanço tecnológico. Ele lembrou da velha e conhecida máquina de escrever para ilustrar as facilidades hoje trazidas com o uso dossmartphones, que já são realidade na advocacia brasileira. Destacou que é possível também dar consultoria por meio do Skype e, depois, cronometrar o tempo da ligação com o cliente para fixar os honorários. Com a ferramenta, é possível fazer chamadas grátis pela internet para outros usuários da mesma ferramenta, por quanto tempo quiser e para onde quiser.

O advogado Geraldo Baraldi, sócio do escritório Demarest e Almeida, também participou do seminário. Ele contou que reduziu tempo e custos com o uso da internet e do celular no seu escritório. Já é possível consultar processos, legislação e checar e-mails de qualquer lugar. Ou seja, já é possível carregar parte do escritório no bolso. Baraldi é responsável por aperfeiçoar toda a rotina da área trabalhista do escritório com a digitalização dos processos e o pressionamento eletrônico das ações. Segundo ele, hoje o advogado só precisa ir ao fórum para audiências, pois o acompanhamento da ação e todas as práticas processuais podem ser feitas pela internet.

O empresário Gilberto Fischel, presidente do IOB, empresa especializada em informação jurídica e sistemas operacionais para advogados, também foi um dos palestrantes. Ele mostrou ferramentas disponíveis no mercado para facilitar a vida dos advogados, que gastam 60% do seu tempo útil para pesquisas e elaboração de petições. Defendeu que o escritório não deve resistir à necessidade de se organizar empresarialmente. "Não é por acaso que a Advocacia é a profissão que mais se identificou com a internet", comentou ele. E apresentou uma pesquisa para comprovar, que diz que o maior volume de domínios da internet brasileira pertence a advogados.

Manuel Matos, integrante da ICP Brasil, também falou das facilidades da certificação digital. Ele explicou que a certificação é a principal via para se chegar ao efetivo processo eletrônico. Pela estimativa de Matos, que também preside a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, menos de 20% dos advogados do país têm certificado digital. Em São Paulo, o número é menor que a média: cerca de 5% só. "A assinatura digital é a ferramenta para que o advogado possa atender os preceitos das Leis 11.280 e 11.419, ambas de 2006. Sem ela, o advogado não poderá peticionar", disse.

A assinatura digital não só confere autenticidade e veracidade da autoria, como atesta a capacidade postulatória do advogado. O profissional pode obtê-la da OAB nacional pelo preço de R$ 120. Substitui-se a carteira da Ordem por outra com um chip. O aplicativo do tribunal identifica e reconhece o certificado.

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