sábado, 10 de abril de 2010

O que é COPOM? Quais seus objetivos e porque foi criado?

1. O que é o Copom? Por que foi criado?

O Comitê de Política Monetária, ou Copom, é o órgão decisório
da política monetária do Banco Central do Brasil, responsável por
estabelecer a meta para a taxa Selic. O Comitê foi criado em junho de
1996, com o objetivo de estabelecer um ritual adequado ao processo
decisório de política monetária e aprimorar sua transparência.

2. Quais são os objetivos do Copom?

No atual regime de metas para a inflação, o principal objetivo
da política monetária implementada pelo Copom é o alcance das metas
de inflação estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Se, em um determinado ano, a inflação ultrapassar a meta estabelecida
pelo CMN, o presidente do Banco Central deverá encaminhar uma
Carta Aberta ao ministro da Fazenda, explicando as razões do nãocumprimento
da meta, bem como as medidas necessárias para trazer
a inflação de volta à trajetória predefinida e o tempo esperado para
que essas medidas surtam efeito.

3. Quem são os membros do Copom?

O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada
do Banco Central: o presidente e os diretores de Política Monetária,
de Política Econômica, de Assuntos Internacionais, de Normas e
Organização do Sistema Financeiro, Administração, Fiscalização e
Liquidações e Desestatização. O presidente tem direito ao voto
decisório em caso de empate na decisão da política monetária.


4. Quando acontecem as reuniões do Copom?

As reuniões ordinárias do Copom eram mensais até 2005. Em
2006, essas reuniões passaram a acontecer oito vezes ao ano,
aproximadamente a cada seis semanas, e continuam a ocupar dois
dias. A primeira seção começa na tarde de terça-feira, e a reunião é
concluída, normalmente, no fim da tarde do dia seguinte.
O calendário das reuniões ordinárias do Copom de cada ano é
divulgado até o final de outubro do ano anterior. Para ver o calendário
de reuniões do Copom para o ano em curso, acesse
O Copom pode se reunir extraordinariamente, convocado pelo
presidente do Banco Central, em função de alterações inesperadas
do cenário macroeconômico. Desde a sua criação, ocorreram três
reuniões extraordinárias, a última das quais em outubro de 2002.

5. Quem participa das reuniões do Copom?

No primeiro dia, participam da reunião do Copom seus membros
e os chefes de seis departamentos do Banco Central:
– Departamento Econômico (Depec);
– Departamento de Operações das Reservas Internacionais
(Depin);
– Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de
Pagamentos (Deban);
– Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab);
– Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores
(Gerin); e
– Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep).
Participam também do primeiro dia de reunião o assessor
especial do Presidente, três consultores e um assessor da Diretoria, o
chefe-adjunto do Depep, o secretário-executivo da Diretoria, além
do assessor de imprensa do Banco Central. A participação no segundo
dia de reunião é limitada aos membros do Copom e ao chefe do Depep.

6. Qual o formato do primeiro dia de reunião?

No primeiro dia de reunião, os chefes de departamento fazem
suas apresentações técnicas sobre a conjuntura econômica e
financeira. A seqüência das apresentações é a seguinte:
– o chefe do Depec inicia as discussões, cobrindo dados recentes
de atividade econômica, inflação, agregados monetários e
crédito, política fiscal e balanço de pagamentos;
– seguindo a apresentação do Depec, o chefe do Depin provê o
Comitê com análises sobre os mercados financeiros
internacionais, fluxos de capital e o mercado de câmbio
doméstico, bem como analisa a economia global e outros
mercados emergentes importantes;
– a terceira apresentação é feita pelo chefe do Demab, que resume
para o Comitê os assuntos referentes aos mercados financeiros
domésticos, condições de liquidez do mercado monetário,
resultados dos leilões de dívida pública e composição e
estrutura de vencimentos da dívida;
– em seguida, o chefe da Gerin faz um resumo da evolução
recente das expectativas do mercado para a inflação, para a
taxa de câmbio e para outras variáveis econômicas relevantes;
– finalmente, o chefe do Deban faz uma apresentação sobre a
evolução da liquidez, reservas bancárias e depósitos
compulsórios.

7. Qual o formato do segundo dia de reunião?

O segundo dia de reunião inicia-se com a análise das projeções
atualizadas para a inflação, baseadas em diferentes hipóteses para as
principais variáveis macroeconômicas. Após essa avaliação, os
diretores de Política Econômica e de Política Monetária apresentam
alternativas para a taxa de juros de curto prazo e fazem recomendações
acerca da política monetária. Os outros membros do Copom, em
seguida, tecem seus comentários e propostas. Para concluir, os
membros votam numa proposta final, objetivando sempre o consenso.
A decisão final – a meta para a taxa Selic e o viés, se houver – é
imediatamente anunciada à imprensa e divulgada pelo Sistema de
Informação do Banco Central.

8. O que é a taxa Selic?

A taxa Selic, o instrumento primário de política monetária do
Copom, é a taxa de juros média que incide sobre os financiamentos
diários com prazo de um dia útil (overnight), lastreados por títulos
públicos registrados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
(Selic). O Copom estabelece a meta para a taxa Selic, e cabe à mesa
de operações do mercado aberto do Banco Central manter a taxa Selic
diária próxima à meta.

9. O que é o viés de taxa de juros?

O Copom pode estabelecer viés de taxa de juros (de elevação
ou de redução), prerrogativa que autoriza o presidente do Banco
Central a alterar a meta para a taxa Selic na direção do viés a qualquer
momento entre as reuniões regulares do Copom. O viés é utilizado,
normalmente, quando alguma mudança significativa na conjuntura
econômica for esperada.

10. Quando as atas do Copom são divulgadas?

As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas às
8:30h da quinta-feira da semana posterior a cada reunião, publicadas
na página do Banco Central na internet e comunicadas à imprensa
por meio da assessoria de imprensa. A versão em inglês é divulgada
com uma pequena defasagem. A ata fornece um resumo das discussões
do Copom, em conformidade com o compromisso de transparência
do regime de metas para a inflação; para acesso a elas, consulte o

11. O Copom divulga outras informações sobre política
monetária e inflação?

Ao final de cada trimestre (março, junho, setembro e dezembro),
o Copom publica em português e em inglês o Relatório de Inflação,
que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira no
Brasil, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação.
As previsões inflacionárias são exibidas por meio do "leque de
inflação", que mostra as projeções como uma distribuição probabilística,
enfatizando o grau de incerteza presente no momento em que as
decisões de política monetária são tomadas.
O Gráfico 1 reproduz o leque de inflação apresentado no
Relatório de Inflação de dezembro de 2007. Por uma questão
metodológica, as projeções apresentadas no leque de inflação
assumem, para todo o horizonte de previsões, uma taxa Selic constante
e a taxa de câmbio no nível do dia anterior à reunião do Copom
(cenário de referência).
Para facilitar a análise, os Relatórios de Inflação também
apresentam o leque de inflação, construído com base nas medianas
das expectativas do mercado para a taxa Selic e a taxa de câmbio, na
véspera da reunião do Copom (cenário de mercado).

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